Cuidado Feminino
No Salão de Beleza, proteja a sua saúde
Ao fazer a unha ou a depilação, você pode correr riscos que nem imagina. A falta de higiene nos materiais usados pode transmitir doenças simples, como micoses, até problemas mais graves, como, por exemplo, as hepatites B e C. Mas há como se proteger! Basta ficar de olho nos cuidados que o salão tem com a higienização, para cuidar da sua beleza sem prejudicar a saúde.
Atenção ao fazer as unhas
- Bacias para mãos e pés: se não forem higienizadas ou a água não for limpa, há o risco de contrair micoses ou infecções. Para evitar o problema, verifique se o salão usa um plástico descartável para revestir a bacia. E certifique-se de que a água é trocada a cada cliente.
- Lixas e espátulas: podem transmitir fungos, micoses e infecções nas unhas. Fique atenta, pois esses utensílios devem ser descartáveis e jamais reaproveitados.
- Alicates: a retirada da cutícula com instrumentos não esterilizados pode transformar as unhas em uma porta de entrada para fungos, bactérias e vírus. “O vírus continua presente no instrumento mesmo depois de lavado”, alerta Paulo Olzon, infectologista da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Por isso, observe se os utensílios de metal são lavados com água e sabão e, em seguida, esterilizados em estufa ou autoclave – esterilizador que utiliza vapor a alta pressão - por, pelo menos, uma hora, em uma temperatura de 170ºC.
Porém, segundo o infectologista, a única forma completamente segura é levar seu próprio kit à manicure. Para montar o kit, coloque em um nécessaire o alicate, afastador (para empurrar a cutícula), tesourinha, lixa e palito. “Depois de utilizá-los, leve-os para sua casa e lave todos os itens com água quente e sabão”, ensina o médico.
Cuidado na depilação
Certifique-se de que o salão não reutiliza a cera depilatória. “Ao puxar a cera (quente ou fria), corre-se o risco de retirar, com os pelos, pequenos fragmentos da superfície da pele. Se neles houver um pouquinho de sangue, confirma-se o perigo de transmissão de hepatite B ou C”, avisa Paulo. Então, olho vivo: observe se a cera, depois de utilizada, é realmente jogada no lixo. E atenção: o uso de ceras caseiras é proibido pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Um salão 100% higiênico oferece*:
- Instalações limpas.
- Ambiente claro e arejado, com pisos e paredes de materiais laváveis.
- Lavatórios com toalhas de papel, sabonete líquido e lixeira com tampa
de metal.
- Toalhas de uso único e individual.
- Produtos dentro do prazo de validade.
- Bacias de imersão de pés e mãos com protetor plástico descartável.
- Informações ao cliente sobre possível alergia ao produto que será
utilizado.
- Ceras de depilação com registro na Anvisa e que não sejam reaproveitadas.
- Materiais como alicates, afastadores ou similares esterilizados em estufa ou autoclave e embalados até o momento do uso.
* Fonte: Vigilância Sanitária Municipal do Rio de Janeiro.
Segundo a dermatologista Miriam Sabino, os materiais utilizados para fazer as unhas, tanto das mãos quanto dos pés, são os maiores vilões na transmissão de doenças como micoses, dermatites e até hepatite.
— O indicado para quem faz as unhas em salões é levar o seu próprio material, desde o alicate de unha, lixa, espátula e toalha, pois esses materiais podem transmitir fungos, que acarretam doenças, como a micose — afirma.
Deixar os pés numa bacia com água para amolecer a cutícula ou um pequeno corte na pele pode favorecer o contato com uma bactéria. Miriam recomenda, assim, que o material para fazer a unha seja esterilizado corretamente, a fim de evitar que o vírus permaneça no alicate ou espátula. O da hepatite, por exemplo, sobrevive por até 15 dias, enquanto o da Aids resiste por algumas horas. Já os fungos costumam ficar até três dias nos instrumentos.
Veja quais são os vilões:
Micose
A micose das unhas pode ser transmitida por meio de cortadores, espátulas, alicates de cutículas e de unhas, toalhas úmidas e lixas que tenham tido contato com qualquer unha contaminada.
O tratamento para micose pode ser prolongado, visto que o desaparecimento dos sintomas depende do crescimento da unha, que ocorre lentamente. As dos pés, por exemplo, tendem a demorar cerca de um ano para se renovar por completo e o tratamento deve ser mantido durante todo esse tempo.
Dermatite Seborreica
Você pode até tentar escovar o seu cabelo, mas nada como ir ao salão de beleza e fazer aquela escova ou chapinha para deixar o cabelo lisinho e com brilho. Mas essa vaidade pode custar caro se você não escolher um salão que se preocupe com a higiene das escovas.
Miriam alerta para a dermatite seborreica, uma inflamação crônica que pode ser contraída por meio das escovas e pentes. A dermatologista explica que a doença ataca o couro cabeludo sob a forma de lesões avermelhadas que descamam e coçam e, para tratá-la, existem medicamentos específicos, que são capazes de controlar os sintomas.
Dermatite de Contato
Algumas substâncias químicas usadas em salões de beleza podem irritar a pele, já que a pessoa pode ser alérgica a compostos como o formaldeído e tolueno ou a alguns pigmentos e conservantes presentes na composição de esmaltes.
Na maioria das vezes, quando os sintomas da dermatite de contato aparecem, as pessoas costumam confundi-los com alergia a algum produto ou problema de pele, quando, na verdade, o responsável por essa irritação é o esmalte. A reação alérgica ocorre quando a pessoa é exposta a uma substância ou material ao qual é muito sensível ou alérgica. Os sintomas não são imediatos e podem ser manifestar de 24 a 48 horas após a exposição. Geralmente, ocorre uma inflamação na pele que varia de irritação leve a vermelhidão e feridas abertas.
As pessoas que apresentam dermatite de contato devem estar atentas na hora de fazer as unhas e verificar se o esmalte é hipoalergênico. Esses produtos são indicados para prevenir a coceira e placas sobre a cútis, além de serem livres de substâncias conservantes, que são os principais responsáveis pelas reações alérgicas, expõe a dermatologista.
A boa notícia para quem é alérgica a esmalte é que diversas marcas já possuem linhas de produtos hipoalergênicos ou com fórmula livre de tolueno e formaldeído. Fique atenta!
Impetigo
A transmissão pode ocorrer ao compartilhar materiais contaminados, como toalhas, lençóis, protetores de maca e de cadeira e espátulas. O impetigo é uma infecção superficial da pele que pode ser causada por dois tipos de bactérias: Streptococcus pyogenes ou Staphylococcus aureus.
Miriam destaca que o problema surge quando há alguma lesão que favoreça a entrada de bactérias para dentro do corpo. Alguns pacientes, por exemplo, são contaminados com essas bactérias que podem ser armazenadas na cavidade nasal, dificultando a sua eliminação.
O quadro geralmente se inicia com pequenas pápulas vermelhas, semelhantes a picadas de mosquito em várias partes do corpo, que evoluem rapidamente para pequenas pústulas — lesões com pus. O impetigo não costuma ser uma infecção grave e, às vezes, pode se curar sozinho. Entretanto, ao notar os sintomas, é importante consultar um dermatologista para indicar antibiótico e, assim, diminuir a chance de contaminação de outras pessoas.
Previna-se
Alguns cuidados devem ser tomados para que esse "perigo" não atinja a sua saúde:
— Observe se a manicure usa luva descartável
— Lixas e palitos têm que ser descartáveis
— Instrumentos metálicos, como alicates e espátulas, exigem um cuidado especial. É necessário lavá-los com água, sabão e uma escova. Após este procedimento eles estão prontos para a esterilização
— Esterilizar os instrumentos metálicos em estufas. Este procedimento deve durar de uma a duas horas
*Fonte: ZH Vida e Estilo
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