Vírus Zika
Devido a uma série de outras doenças que estão sendo associadas ao vírus, e fala-se hoje em Síndrome Congênita do vírus da Zika. O que é? E quais doenças causadas por ela?
Vírus Zika
Devido a uma série de outras doenças que estão sendo associadas ao vírus, e fala-se hoje em Síndrome Congênita do vírus da Zika. O que é? E quais doenças causadas por ela? Aumentou a lista de complicações da zika que preocupam os cientistas brasileiros. Uma série de outras doenças também estão sendo associadas ao vírus da zika. Pela primeira vez no Brasil os pesquisadores da UFRJ decodificaram o código genético do vírus da zika encontrado no líquido amniótico, que envolve o bebê durante a gestação. Os estudos começaram em novembro e foram feitos em oito bebês que nasceram em Campina Grande, na Paraíba. Dois deles morreram em até 48 horas depois do parto. “Cada vez mais, a gente aproxima para mostrar, por exemplo, a presença do vírus no cérebro dessas crianças que há sim uma relação de correlação, mas correlação não pode ser traduzida em casualidade, ou seja ainda não é a prova definitiva da causa, do vírus causando a doença”, diz o geneticista e diretor do Instituto de Biologia da UFRJ, Rodrigo Brindeiro. Os pesquisadores descobriram também outras lesões cerebrais como a ventriculomegalia grave, quando o cérebro tem mais líquido do que deveria e não se desenvolve.
E atrofias como a artrogripose, que endure a musculatura e as articulações. E outra descoberta importante: essas lesões podem ocorrer mesmo que o bebê não tenha microcefalia. “Outra mensagem do acompanhamento dessas oito crianças é que o perímetro cefálico ao nascimento pode mentir, a criança pode nascer com o perímetro normal, e ter alterações intracerebrais drásticas”, explica o virologista e pesquisador da UFRJ Amilcar Tanuri. Por isso os casos agora serão chamados de síndrome congênita do vírus da zika. “Essas várias facetas da mesma doença, elas podem estar relacionadas a fatores que a gente ainda desconhece, que podem ser talvez quem sabe, o próprio tempo de exposição, ou tempo de infecção ao longo da gravidez da mãe, mas pode ser também um tipo de resposta maior ou menor; capacidade de resposta imune da mãe ao vírus”, afirma Rodrigo Brindeiro. Os casos têm uma incidência baixa. Os pesquisadores suspeitam que a taxa de transmissão do vírus da zika para os bebês no útero não passe de 5%. Mas quando acontece, a consequência é devastadora.
O trabalho é feito em parceria com pesquisadores da Fiocruz e de um instituto em Campina Grande. Os estudos também mostraram que nos dois bebês que não sobreviveram, havia grande concentração do vírus presente desde o início da gravidez até o nascimento. “O que me causou mais surpresa foi a permanência do vírus nesse longo tempo na criança durante a gestação inteira, isso aí é realmente bem impressionante”, diz Amilcar Tanuri.
O próximo passo é descobrir se o vírus ainda está presente e de forma ativa nos bebês que sobreviveram. Os pesquisadores aguardam o resultado dos exames. São as primeiras peças para montar o que por enquanto é um grande quebra cabeça. Uma busca para responder muitas perguntas: Como o vírus da zika agride o tecido cerebral? Ele pode atacar outros órgãos? E até que ponto pode afetar os adultos contaminados? “Nós infelizmente temos muito mais pontos de interrogação do que respostas, mas a cada novo achado que a gente tem, a gente tenta avançar um pouco mais”, afirma Amilcar Tanuri.
Fonte: Bom Dia Brasil
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