HPV: o grande vilão
Estudos recentes observam que o câncer de boca está se tornando também frequente em homens e mulheres jovens, na faixa dos 30 a 44 anos. Dentre as causas, e apontado como um dos responsáveis por estes novos dados, está o HPV, ou Papiloma vírus, transmitido por contato sexual, inclusive por sexo oral.
Vários tipos de câncer estão relacionados ao fumo e ao consumo de álcool. Inclusive o câncer de boca. Por isso homens, principalmente, acima de 50 anos, compunham o maior grupo de risco. Até ai, nenhuma novidade. No entanto, estudos mais recentes observam que o câncer de boca está se tornando também frequente em homens e mulheres jovens, na faixa dos 30 a 44 anos. Dentre as causas, e apontado como um dos responsáveis por estes novos dados, está o HPV, ou Papiloma vírus, transmitido por contato sexual, inclusive por sexo oral. A disseminação do papilomavírus humano (HPV) tem contribuído para o crescimento do número de câncer de colo do útero, que no mundo registra 500 mil novos casos a cada ano. No Brasil, são 15 mil mulheres com o tumor anualmente, e cinco mil mortes decorrentes desse tipo de câncer, de acordo com o Ministério da Saúde. Segundo o médico Krishnansu Tewari, pesquisador-chefe do Grupo de Oncologia Ginecológica nos Estados Unidos, o HPV é o maior agente de risco para mulheres, pois é responsável por 99% dos cânceres no colo do útero.
TRANSMISSÃO DO HPV e SINAIS CLÍNICOS
O HPV é transmitido por contato sexual, inclusive por sexo oral sem proteção. É a doença sexualmente transmissível mais comum no mundo. No entanto, o HPV é um vírus muito “lento”. Desde o primeiro sinal até o aparecimento do câncer, pode levar até 10 anos. Muito tempo, não é mesmo? Por isso você pode se cuidar e curar-se. O primeiro sinal é uma (ou mais de uma) verruga que pode aparecer na região genital (vulva, vagina ou pênis) ou no ânus. Nas mulheres, pode aparecer também no colo do útero. Portanto, não é vista pela paciente. Por isso o exame ginecológico de rotina é essencial. A verruga é clara, com a aparência muito parecida com a das verrugas que crianças comumente apresentam em mãos e joelhos. Não coça, não dói e não sangra, a não ser quando sofre algum “traumatismo”. Essa é a razão pela qual algumas mulheres portadoras têm dor e sangramento durante a relação sexual.
Na boca, surge em forma de uma lesão, que pode ter a aparência de verruga, ou ser branca, como uma afta, duradoura, que não desaparece facilmente e que comumente sangra. Procure um médico se você apresentar qualquer um destes sinais. É IMPORTANTE saber que estas lesões têm tratamento, que inclui a sua retirada, envio para biópsia e cauterização. Curam totalmente. Portanto, cuidem-se e não esperem evoluir.
Existem vários “tipos” de HPV. Os dois que normalmente causam mais câncer, seja oral, genital ou anal, estão contidos nas duas vacinas atualmente disponíveis. Uma delas confere proteção contra 4 tipos de HPV (quadrivalente) e outra contra os dois tipos. Estas vacinas estão disponíveis na rede pública para meninas ao redor de 11 anos.
No entanto, TODOS - homens e mulheres - podem tomar. Na rede privada as duas vacinas estão disponíveis. Podem ser administradas a partir de 9 anos, idealmente ANTES do início da vida sexual. Mas todos que já tem vida sexual ativa e que não a receberam podem tomar. Todos. A prevenção é sempre a melhor atitude.
A camisinha é um dos métodos eficazes de proteção, inclusive para o sexo oral. Cabe a cada um a própria decisão. Mas é importante saber que a camisinha não confere proteção total, pois se a lesão estiver em outra região que o preservativo não cobre, como a base do pênis, por exemplo, há chance de contágio. Ter conhecimento também é uma forma de prevenção e proteção à saúde.
CONTÁGIO
O contágio com o papilomavírus humano não se dá apenas pela relação sexual homem/mulher. Pode ocorrer sem penetração em casos de relações sexuais entre mulheres, contato pele/pele onde há lesão ou quando há uso de acessórios entre os parceiros. “A transmissão pode se dar por meio do contato do pênis com a vagina, com a vulva e o ânus, vagina-vagina, com o uso de acessórios entre os parceiros e pelo sexo oral. A transmissão gestacional, da mãe contaminada pelo HPV para o bebê, existe, mas é muito raro”, explica Triginelli. Segundo ele, a maioria dos contágios se cura espontaneamente, pelo sistema imunológico de cada um.HOMENS
Uma das grandes dificuldades de frear a transmissão do vírus, segundo especialistas, é o fato de os homens serem um dos principais transmissores do HPV e as campanhas de prevenção estarem destinadas quase que totalmente ao público feminino. A indicação para que mulheres façam visitas rotineiras ao ginecologista para o exame de Papanicolau não encontra equidade no caso dos homens: para eles, não há normativa a ser seguida. De acordo com o coordenador geral do Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), Sylvio Quadros, o exame masculino que poderia detectar a presença do HPV é a genitoscopia, mas só quando há lesão ele é indicado. Segundo ele, é alta a incidência de falso positivo e falso negativo. Por isso, o teste é indicado em casos bem pontuais. “Além disso, é preciso levar em conta que o pênis tem um epitélio resistente, então, mesmo quando o homem tem HPV e a manifestação em forma de verruga, apenas entre 5% e 6% dos casos evoluem para o câncer de pênis. No caso da mulher, não. O colo do útero tem células mais predispostas a transformar o vírus”, diz.
*Com Informações de Bem Estar (Dra Ana responde) e saudeplena.com.br
Comentários